12.27.2008

invisível

P. Existe, na diversidade do que desperta meu interesse, a direção afoita de tudo encontrar e a tudo satisfazer. Mais que uma ambição se tornando gorda e intolerante, é um desejo de se perder no pó da dispersão que impele os passos. Ser assim invisível no mundo, passar despercebida na dor, ser única na solidão que envergonha. Construir um palco silencioso onde o espetáculo belo e forte fecha a cortina sobre o medo de sentir. Não há que ser menos que o melhor, há que ser o que minha própria voz proclama. Hei de acreditar na minha ilusão alimentada pela platéia, que bate plumas de surdo, querendo bis dessa dança desajeitada que se curva de tristeza para agradecer o fim.

Escrito sobre o papel de carta japonês de usagis batendo motis, no segundo dia em Hiroshima.

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