4.02.2009

uma tarde de sono


P. A invasão do cansaço a jogou na cama. Sono infinito, mas sem paz. Ao deitar num lençol de mil fios de algodão, o conforto do corpo tenta dissuadir os pensamentos de correrem. Mas eles já partiram. Chegam às lembranças do que faltou ser feito e dito, do que ainda precisa ser feito e dito. E alcançam, enfim, o sentimento de não ser o suficiente. Eméritos e amados já tinham realizado tanto nessa idade, nesse tempo. Mal-estar da incerteza. No sonho que se perde, submerge quem é e tenta ser. Perdido o tempo e o pensamento, flutua o arrepio da alma que busca... o quê?

Foto do pé de manjericão da casa da minha mãe, que virou quase uma pessoa de tão grande. Quintal é tudo.

Um comentário:

ChrisAlcântara disse...

adorei!!!! voltarei aqui mais vezes!

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